quarta-feira, 28 de abril de 2010

Charles Chaplin ganha museu

Trinta anos depois da morte do ator mais conhecido do cinema mudo, um novo museu dedicado ao artista, na Suíça, será inaugurado em 2012


Graças ao seu humor universal, Chaplin (1889-1977), que subiu em um palco pela primeira vez aos cinco anos de idade, se tornou uma das primeiras estrelas do mundo do espetáculo em escala planetária. Após ganhar três prêmios Oscar - um deles pelo conjunto de sua obra, em 1972 -, Chaplin decidiu deixar os Estados Unidos com 64 anos, em 1953, vítima da ‘caça às bruxas’ do governo americano por sua suposta simpatia ao comunismo, e se instalou na Suíça.

Ali, com sua família, criou os oito filhos de seu último casamento e viveu até o dia do Natal de 1977, numa terceira idade que não teve a habitual calma dos aposentados.
“Estava sempre ativo”, lembram seus filhos, que impulsionaram a criação do museu em homenagem a seu pai em sua residência suíça, no povoado de Corsier-sur-Vevey, onde continuou fazendo filmes e compôs trilhas sonoras para as reedições de seus filmes mudos, além de escrever sua autobiografia.
Nesse refúgio, uma mansão do século 19, cuja reforma para transformá-la no museu começa em junho, o comediante encontrou um reduto inspirador com uma bela vista do lago Leman e dos Alpes franceses.

- É de uma das mais belas paisagens da Riviera Suíça - diz o arquiteto do projeto, Philippe Meylan.

O entorno ajudará a cumprir o objetivo do futuro centro: lembrar o homem, seu trabalho e seu vínculo humanista com o que estava a sua volta, segundo os criadores do museu.

Mais que um museu


Por isso, os criadores querem transformar o local em mais do que um museu. Isso será alcançado por meio da conjunção da riqueza da diversão com a sensibilidade à linguagem infantil, graças às novas tecnologias. Deste modo, a cenografia se une a animações multimídia e de alta definição, levando em conta também a acústica do local, efeitos especiais e cinematográficos.
Os edifícios do complexo e do jardim serão reorganizados e uma nova sala de exposições, dedicada inteiramente à obra artística de Chaplin, será erguida. Além disso, o visitante poderá passar para o outro lado da telona em um percurso de 2 mil metros de extensão dedicado aos filmes do ator.

A biblioteca do cineasta também poderá ser apreciada da forma como deixou quando faleceu. Além disso, o museu contará com uma infraestrutura de energia renovável, um café, uma sala de teatro para 200 pessoas e um estacionamento. Tudo isso para tentar receber de volta o custo do projeto, que passa da casa dos 30 milhões de euros.


Oposição local


A obra demorou quase 10 anos para sair do papel. Em seu percurso, se deparou com a oposição dos moradores da região, principalmente em relação ao fluxo de pessoas que a nova atração trará a Corsier-sur-Vevey, um pequeno povoado de três mil habitantes. No entanto, as autoridades locais defenderam que o museu fosse adiante, na intenção de associar mundialmente o nome de Chaplin ao vilarejo.
De acordo com seus criadores, o museu deve receber 250 mil visitantes ao ano, atraídos pela obra deste artista que se dedicou ao cinema em quase todas as suas vertentes: ator, diretor, roteirista, compositor, e até mesmo produtor.

Fonte: Zero Hora

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