Machu Picchu é reaberto com as principais atrações intactas, dois meses depois de deslizamentos isolarem o cartão-postal do Peru
Depois de dois meses fechado por conta de enxurradas que provocaram deslizamentos e isolaram a região, o sítio arqueológico de Machu Picchu, no Peru, foi reaberto neste mês. A atriz norte-americana Susan Sarandon chegou a participar da cerimônia, que marcou a retomada de uma das principais fontes de renda do país e um dos destinos mais procurados na América do Sul.
A maior novidade está no acesso à cidadela histórica. Com parte da rede ferroviária destruída por lama e pedras, o trajeto de Cusco até a localidade de Ollantaytambo, antes feito de trem, agora é feito de ônibus – uma viagem de pelo menos duas horas. Uma vez lá, é possível pegar um trem até Águas Calientes, principal porta de entrada para Machu Picchu, onde se chega depois de 90 minutos.
As principais rotas e pontos turísticos continuam praticamente intactos. No caminho para Cusco, pode-se visitar o Vale Sagrado, uma impressionante paisagem verdejante que mais parece uma região dos Alpes europeus do que o interior da América Latina. Por lá, é possível ver algumas ruínas dos incas e povoados que vivem do cultivo desta terra muito fértil. Mercados se espalham pela região.
Já na Montanha Velha – significado de Machu Picchu em quíchua – um relógio solar erguido em pedra polida marca um tempo diferente, remetendo a uma era onde fileiras de escravos subiam a encosta de 2,4 mil metros carregando terra da Selva Amazônica e rochas cortadas para a construção de muralhas e edificações que ainda hoje impressionam.
Ao redor, imensas porções de solo fértil uma época transformadas em laboratórios de experiências agrícolas reforçam a ideia do quão avançado era o império dos incas, numa América ainda não descoberta e arrasada pelos espanhóis e portugueses.
A civilização pré-colombiana escolheu este lugar dos Andes, próximo de um dos deuses, o Sol, para legar à eternidade uma cidade ideal, engenhada com técnicas para resistir a tremores, aproveitar a luz natural e permitir a distribuição de água. A população foi subjugada no século 16, mas a obra resiste como lembrança de uma cultura.
Atrações além da montanha
Deviam avisar ao turista antes de embarcar: o encanto da nação peruana extravasa os limites de Machu Picchu. Aqui seguem algumas pitadas desse fascinante país, muitas vezes relegadas ou até mesmo omitidas em guias de viagem:
Sanguchería Pasquale - Os sanduíches dessa rede montada por um chef despertam uma sensação gastronômica altamente viciante. Dá vontade de comprar um estoque dos diferentes tipos de sabores e trazê-los na mala. Em Lima, no bairro de Miraflores, há uma na Avenida Comandante Espinar, 651. Para saber outros endereços e opções, vá em http://www.pasqualehnos.com.pe/.
Larcomar - Complexo de consumo e entretenimento que se molda com estilo ao relevo da costa, em Lima, é um sedutor mirante para ver o sol se pondo no Pacífico.
Kola Real - O escritor Vargas Llosa dedica a esse refrigerante um verbete no Dicionário Amoroso da América Latina. Nasceu em uma região de onde os gigantes da bebida haviam sido afugentados por ataques de extremistas do Sendero Luminoso nos anos 80.
Museu da Inquisição - Para se impor sobre a civilização inca, a Espanha reproduziu as instituições europeias tão logo se apoderou do solo peruano. Uma das mais autoritárias delas era ligada à Igreja Católica. Em um passeio pelo prédio adquirido em 1584 pelo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, em Lima, é possível espiar esse período de trevas.
Fonte: Arquivo Viagem RBS

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