terça-feira, 4 de maio de 2010

Descubra as paisagens naturais e os cânions de Cambará do Sul



          Impressionante. Este é o adjetivo que melhor descreve Cambará do Sul, nas Serras Gaúchas, Rio Grande do Sul - a cidade de pouco mais de seis mil habitantes, mais da metade deles em área rural, e que entrou para o roteiro de viagens nacionais e internacionais há menos de 10 anos. Antes disso, Cambará e os fantásticos cânions que dominam a paisagem eram privilégio da população local e de turistas aventureiros que chegavam de outras cidades do Rio Grande do Sul ou do estado vizinho de Santa Catarina.

          A região é impressionante em qualquer época do ano. Hoje, integra os chamados "roteiros da neve" e o inverno é a alta temporada nos hotéis e pousadas (o que significa diárias mais caras). Mas como no inverno chove muito e é comum que a neblina domine os cânions, prejudicando a visibilidade e até os passeios, uma dica: certifique-se das condições do tempo antes de se aventurar por lá. A região é, muitas vezes, fria e úmida, mas vale a pena mesmo para quem não é fã de baixas temperaturas.

           A cidade é pequena e quem chega pela primeira vez pode ter a impressão de que não vai encontrar uma boa infra-estrutura ou paisagens maravilhosas. Mas não se deixe enganar. Cambará pode ser pequena e, antes do turismo, sua economia era baseada na agricultura, na exploração de madeira, na pecuária e na apicultura. Como a população e a economia são rurais, podem-se percorrer quilômetros sem encontrar ninguém. Mas além dos cânions e cachoeiras que dominam a região e estão em todas as rotas e anúncios, quem pegar a estrada pode descobrir belos cenário naturais escondidos. E a cidade já possui hoje infra-estrutura suficiente para receber os turistas - em alguns casos, em acomodações bem confortáveis.

          Como o inverno é a estação dominante, moradores e turistas têm sempre programas alternativos, feitos dentro de casa, e que incluem ficar jogando conversa fora ao redor de um fogão a lenha cheio de pinhões que assam lentamente sobre uma chapa. Ou saborear pãezinhos com uma das especialidades de Cambará, o mel.

          Quando o tempo abre, dá para escolher qual a aventura: banho de cachoeira, trilhas pelos cânions, rotas a cavalo ou de jipes. Como a cidade faz divisa, no Rio Grande do Sul, com os municípios de São Francisco de Paula, Jaquirana e São José dos Ausentes e também com Praia Grande, que pertence a Santa Catarina, as belas paisagens às vezes já começam na própria estrada.

          Quem vai de carro pela BR 101 e dela toma o caminho à direita, em Praia Grande, pode parar no caminho para admirar a natureza ao seu redor. A visão dos cânions, mesmo à distância, é quase que um choque. Eles se desdobram em gigantes fendas verdes até onde a vista alcança. As nuvens parecem ao alcance das mãos e o ar é frio e limpo. Você se encontra a quase mil metros de altitude e a viagem está só começando.


Cânions


Cânion do Itaimbezinho


          Localizado no interior do Parque Nacional de Aparados da Serra, o cânion tem 5,8 km de extensão. Do centro até a entrada do parque (pela guarita) são 18 km de estrada de chão batido. Na parte alta do parque é possível fazer duas trilhas: a do Vértice e a do Cotovelo. Na parte inferior, dentro do cânion, só uma trilha é permitida, e deve ser feita com guia: a do Rio do Boi.
          A trilha do Vértice consiste em um caminho de cerca de 1,5km (ida e volta). Por ela pode-se ver parte do cânion e as cascatas Andorinhas e Véu de Noiva.
          A trilha do Cotovelo é mais extensa, mas vale a pena. Tem 6,3 km de extensão (ida e volta) e permite vislumbrar pelo menos 70% do cânion.
          A do Rio do Boi apresenta maior grau de dificuldade, mas é um espetáculo à parte. São 8,3 km de percurso por dentro do cânion, muitas vezes pela água. A caminhada dura entre cinco e sete horas.
          Os banhos nas piscinas naturais e nas cachoeiras que existem pelo caminho estão entre as recompensas. Por isso, se você for a Cambará no inverno, volte no verão para desfrutar também desse passeio.


Cânion Fortaleza

          Está no Parque Nacional da Serra Geral, que é uma extensão do Parque Nacional dos Aparados da Serra. Seus paredões, com 7,5 quilômetros de extensão, chegam a alcançar 900 metros de altura. Para chegar ao Fortaleza é só seguir a avenida principal de Cambará. São 22 km em estrada de chão batido. É possível ir de carro próprio mas, se você não conhece a região, prefira um veículo contratado. As agências de turismo e também algumas pousadas organizam passeios.

          As trilhas mais conhecidas são a do Mirante (de onde se pode ver até 95% do cânion), a da Cachoeira do Tigre Preto e a da Pedra do Segredo. Na trilha da Cachoeira você passa por três quedas d'água e fica de frente para elas (400 metros de altura) mas, antes, passa por sobre a cachoeira, por um lajeado. Quem seguir adiante chega até a Pedra do Segredo, um bloco monolítico de cinco metros de altura e com quase 30 toneladas, que está equilibrado em uma base de apenas 50 centímetros.


Cânion Churriado

          Também está no Parque Nacional da Serra Geral. Possui 3 km de extensão e suas paredes têm altura entre 250 e 700 metros. O acesso é livre.

Cânion Malacara

          Por estar entre os menos conhecidos, também recebe menor número de visitantes. Para acessá-lo é necessário caminhar no sentido oposto ao da entrada do Parque Nacional dos Aparados da Serra, por uma trilha de cerca de 7 km. O cânion, contudo, fica no Parque Nacional da Serra Geral. Possui 3,5 km de extensão e profundidade média de quase 800 metros. O acesso também é livre.

Cânion Corujão

          Tem 2 km de extensão e paredes que chegam a mil metros, cobertas pela Mata Atlântica. Pelo cânion correm diversos pequenos rios. A coruja grande, que deu o nome ao cânion, tem o tamanho aproximado ao de um urubu e um grito estridente. Está entre os animais que podem ser avistados durante a aventura.

Fonte: Vida e Estilo Terra

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