sexta-feira, 7 de maio de 2010

Fuja do comum: Rota dos vinhos na África do Sul

          Uma visita a Stellenbosch, Paarl e Franschhoeck é a alternativa para quem busca mais do que savanas e safáris na África do Sul.


          Para quem não se seduz com a vida selvagem, a areia da praia ou as compras em shoppings, a África do Sul tem um ás na manga: a rota dos vinhedos. Cultuar Baco nos circuitos de degustação sul-africanos requer visitar adegas de pelo menos três localidades: Stellenbosch, Paarl e Franschhoeck. Tarefa mais deliciosa, impossível.


          Graças ao clima favorável ao plantio de uvas - forte calor de dia e baixas temperaturas à noite -, o vinho do país concorre com rótulos europeus e australianos. Há mais de 90 propriedades, 60 cooperativas e 100 adegas particulares no Cabo Oeste, a 50 quilômetros da Cidade do Cabo. As fazendas, com traços arquitetônicos herdados dos colonizadores, são exuberantes. Para explorá-las há duas formas: alugar um carro ou reservar vaga em alguma excursão - a Intercape oferece o passeio.

Principais atrações

          Stellenbosch é uma cidade universitária fundada em 1679. Com avenidas cercadas de carvalhos centenários e casas em estilo holandês, georgiano e vitoriano, a cidade virou parada obrigatória. Há fazendas lindas: a Zevenwacht, por exemplo, é quase patrimônio nacional. Do casarão principal dá para ver o Atlântico e o Índico. Lá, há vinhedos até nos terraços.

          A Spier também tem de estar no roteiro Gramados planos cercam o lago da propriedade e são procurados para piqueniques. A fazenda tem três restaurantes requintados, que servem comida ao ar livre no verão. Seu anfiteatro, de 1.075 lugares, conta com intensa programação, com óperas, jazz, música erudita e balé. Chegar lá não é problema. Spier tem estação ferroviária própria. O trem sai da estação Cidade do Cabo.

          Já as fazendas de Franschhoek ficam num vale cercado por montanhas. Elas foram doadas a famílias francesas, em 1694. Isso explica porque a cidade, pequena e charmosa, parece um pedaço da França, tanto na arquitetura como na culinária. Bistrôs oferecem comida provençal e iguarias como escargots. Há mais de 20 adegas na cidade. Cabrière Estate é uma delas.

          Paarl, fundada em 1690, tem grandes empresas agrícolas e financeiras. Apesar disso, as ruas arborizadas com casas holandesas e georgianas ainda dão ar de cidade do interior a Paarl. Seus vinhedos produzem cerca de um quinto de toda a colheita do país. Entre as vinícolas está Nederburg, que produzirá o vinho da Copa. As propriedades oferecem sessões de degustação diárias.


Variedade e bom preço

          O país ficou injustamente conhecido pela uva Pinotage, criada lá em 1925, a partir do cruzamento da Pinot Noir com a Cinsault (Hermitage). Mas o país é mais rico - em variedades, climas e solos - que essa simples uva. E produz ótimos vinhos, ensombrecidos pela fama da criatura misturada.

          Outra virtude do lugar: bons preços. É possível beber brancos refrescantes e medianamente complexos, como os Chardonnays De Wetshof (o Bio por R$ 32,50 e o mais intenso Bon Vallon RS 52, ambos da Mistral). Há uvas do Loire, como a Chenin Blanc, que se deram bem lá (como o Robertson R$ 28 na Vinci) e do Rhône (caso do Signal Hill feito de Grenache, na World Wine R$ 96).

          Variedade não falta. Quer um gosto de Bordeaux? Prove o Glen Carlou Grand Classique (Grand Cru R$ 75), corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Petit Verdot.

          A vinícola Nederburg foi escolhida para produzir os vinhos oficiais da Copa 2010. Talvez dê sorte beber um deles, são três, o Sauvignon Blanc (R$ 31,20), o Rose (R$ 28,20) e o Cabernet (R$ 34,20).

          E para não parecer implicância com a Pinotage, a sugestão do Kanonkop, com toda a tipicidade da casta (Mistral R$ 95).



Fonte: IG Turismo

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